Riscos de Transmissão de Febre Tifóide

Postado por Anônimo , domingo, 13 de junho de 2010 12:08

A distribuição da doença é universal, porém predominante em países e regiões onde o saneamento básico é precário. Estima-se cerca de 12 a 33 milhões de casos por ano no mundo, com aproximadamente 600 mil óbitos. Cerca de 60% dos casos notificados ocorrem na Ásia e 35% na África. Em países desenvolvidos ocorrem apenas surtos ocasionais. Nos países em desenvolvimento, principalmente no subcontinente Indiano, sudeste Asiático, África, América Central e do Sul, a doença é endêmica. No Brasil, são registrados casos em todas as Regiões do país, principalmente no Norte e Nordeste. Nos últimos dez anos, a Bahia (1.765) e o Amazonas (1.447) são os Estados com o maior número de casos.

O risco durante viagens depende do roteiro, das condições de estadia e da história clínica do viajante. Pessoas com diminuição da acidez gástrica, gastrectomizados, portadores de doenças crônicas intestinais ou imunodeficientes têm um risco maior de adquirir a febre tifóide. O uso de antibiótico também aumenta a susceptibilidade à doença, pois altera a microbiota intestinal que normalmente compete com as bactérias patogênicas. O consumo de alimentos como leite, manteiga, queijo e peixes são considerados de alto risco, pois possuem o pH ideal (4,4 a 7,8) para o crescimento da S. typhi.

Nos países desenvolvidos, com saneamento adequado, o risco de aquisição da
febre tifóide é significativamente menor. Na maioria dos casos diagnosticados, a infecção ocorreu durante estada em outros locais (casos importados) com estrutura sanitária insatisfatórias. É possível, entretanto, a ocorrência de casos associados à fonte alimentar, visto que uma parcela não desprezível dos alimentos consumidos nos países desenvolvidos origina-se de outras regiões e podem ser contaminados na origem ou durante o preparo, se não houver higiene adequada. Nos países em desenvolvimento, além de risco relacionado aos alimentos ser mais elevado (origem e preparo), a inexistência ou o tratamento inadequado de esgotos favorece a contaminação dos reservatórios de água para consumo. A identificação de S. typhi resistente a vários antibióticos, principalmente no Subcontinente indiano, está ocorrendo com cada vez mais freqüência. A emergência de bactérias resistentes dificulta o tratamento, aumentando a letalidade e a disseminação da doença.

Pessoas que se dirigem para uma área onde haja risco de febre tifóide, devem adotar as medidas de proteção, evitando a transmissão de doenças através da ingestão de água e alimentos. O consumo de água tratada e o preparo adequado dos alimentos são medidas de grande importância. A seleção de alimentos seguros é crucial. Em geral, a aparência, o cheiro e o sabor dos alimentos não ficam alterados pela contaminação com agentes infecciosos. O viajante deve alimentar-se em locais que tenham condições adequadas ao preparo higiênico de alimentos. A alimentação na rua com vendedores ambulantes constitui um risco elevado. Os alimentos mais seguros são os preparados na hora, por fervura, e servidos ainda quentes.

Em locais onde existe saneamento básico adequado, a ocorrência de casos é apenas episódica. A forma mais efetiva de impedir a instalação e a disseminação dafebre tifóide em uma localidade é a existência de infra-estrutura de saneamento básico adequada. Devem ser implementadas melhorias do sistema de armazenamento e distribuição de água tratada e a construção de redes de esgoto. A população deve continuamente receber informações sobre a forma de transmissão da doença e como evitá-la e ser estimulada a mudar hábitos, assegurando práticas higiênicas cotidianas, que incluam limpeza das mãos, uso regular de sanitários, correto acondicionamento e despejo de lixo. Cabe ainda ressaltar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado ajudam a diminuir o aparecimento de novos casos.

A vacinação e o uso profilático de antibióticos são ineficazes para evitar a disseminação dafebre tifóide. O uso indiscriminado de antibióticos aumenta o risco do surgimento de resistência na S. typhi (e em outras bactérias intestinais), o que pode dificultar o tratamento das formas graves. Durante as inundações não parece haver risco significativo de epidemias, visto que o esperado é maior diluição da bactéria no meio líquido, e a vacina contra a febre tifóide não está indicada para evitar a ocorrência de epidemias. A profilaxia mais efetiva é feita através do tratamento correto da água e preparação adequada dos alimentos.


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